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Gyovanna Andrade |
Por Rodrigo Becker
A judoca cerquilhense Gyovanna Andrade, 15 anos, foi convocada pela
Seleção Brasileira de base, para um período de treinos, com atletas das
categorias sub 18 e 21.
Giovanna se apresentou à Seleção Brasileira, no dia 20/06, em Pindamonhangaba/SP. Foi um período de treinos que durou 10 dias, com atletas entre 15 e 21 anos de todo o Brasil.
Gyovanna (centro) e os técnicos da Seleção brasileira Marco Agostinho e Andreia Berti |
Gyovanna começou cedo treinar Judô. Foi em 2013, aos 7 anos, quando ela entrou no tatame pela primeira vez, na escola de Judô da prefeitura de Cerquilho, com o Sensei Marcelo Zanetti.
E com 15 dias de treinos, participou da sua primeira competição, em
Cerquilho. Começou com o pé direito, conquistando sua primeira medalha, que
para ela é a mais importante, pois foi essa conquista que abriu as portas para
que ela continuasse no Judô.
Nos primeiros seis meses treinando, Gyovanna já tinha conquistado o
título de campeã estadual, vice-interestadual, que garantiu vaga no Paulista
onde ela foi vice-campeã.
Ela seguiu treinando e conquistando títulos importantes. Por vários anos, sagrando-se campeã – Campeonato Regional, garantindo vaga no Paulista, onde em alguns foi vice-campeã e
terceiro lugar.
Também disputou por vários anos a Copa São Paulo, um dos maiores
campeonatos de Judô do Estado de São Paulo, sendo vice-campeã e terceiro lugar.
Em 2019, uma das suas maiores conquistas, foi campeã Paulista
estudantil: “Foi um título inédito para a
cidade (Cerquilho), as portas se abriram para eu representar meu estado,
minha cidade e minha escola SESI na final do Campeonato Brasileiro JEBS. Foram
15 dias na cidade de Blumenau SC, lá fiz 5 lutas e conquistei o terceiro lugar,
mais um titulo inédito para minha cidade.” disse Gyovanna.
Confira a entrevista com a judoca
cerquilhense Gyovanna Andrade:
C.E. Você se espelha em algum atleta?
Gyovanna: Sempre me inspirei na Mayra Aguiar como
atleta e persistência, golpes precisos e sempre defendeu nossa bandeira com
muita garra, e a única mulher a conseguir duas medalhas em Olimpíadas. Quando
eu a conheci na cidade de Canoas/RS, eu fiquei ainda mais fã pela sua humildade.
C.E. Como está sendo a experiência de treinar na equipe do A.D. São
Caetano. Uma equipe grande e de muita visibilidade no Judô brasileiro?
Gyovanna: Em Janeiro de 2021 eu fui morar lá, está sendo uma experiência muito gratificante, uma equipe que realmente se
tornou minha família. A experiência está sendo incrível, ser treinada por uma
equipe tão bem conceituada é um privilégio, lá eu vivo tudo o que um atleta tem
que viver. Tem fisioterapeutas, treinador físico, os Senseis que fazem os
treinos técnicos e ainda tenho aula de Kata. Apesar de eu sempre ouvir o que
você faz é só treinar judô? Não é só treinar judô, eu tenho que conciliar todos
meus compromissos, atualmente estou matriculada na escola ETEC de Cerquilho aonde as aulas são integrais, eu estudo e treino o dia inteiro. Uma dedicação
intensa e vivo o judô 24 horas por dia.
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Gyovanna com os técnicos da seleção e atletas convocados do São Caetano |
C.E. Você começou a praticar judô com 7 anos, com o
Sensei Marcelo Zanetti, na SETUL, e representou muito bem Cerquilho, com
grandes conquistas. Agora está dando sequência na AD São Caetano.
Quais são seus objetivos como atleta no judô?
Gyovanna: Minha base do Judô
foi aqui com meu Sensei Marcelo Zanetti, meu eterno Sensei com certeza, aqui eu aprendi
a essência e a filosofia do judô, graças aos
ensinamentos dele e treinos com meus colegas eu estou a onde estou, não
conquistei nada sozinha, um atleta não vai a lugar nenhum sozinha. Sou
eternamente grata das vezes que ele me colocou debaixo do braço, e me levou para buscar experiências em outras cidades, jamais vou esquecer os cochilos que eu
tirava no carro de tanta canseira. Por
mais que eu esteja em outra cidade e outra equipe, nunca vou deixar de levar o
nome da minha cidade, sou muito grata ao Projeto da Prefeitura SETUL por todo
apoio que eu tive.
Como meus planos e meus
objetivos é chegar a uma Olimpíada, para isto eu precisava viver intensamente o
Judô, pois aqui os treinos eram 3 vezes por semana, quem é atleta sabe que isto
não é o suficiente para chegar lá. Eu precisava conhecer mais o judô competitivo,
viver e respirar o judô 24 horas. Como estou vivendo. Aqui eu treino de manhã
das 8:00 às 10:00hs e de tarde das 14:00 às 17:30hs, aí tem as intercalas de
treino com academia. Além da fisioterapia, tem os treinos de Kata,
realizado de noite alguns dias da semana, aulas essenciais para eu conquistar
mais um objetivo que é a minha faixa preta.
Aqui tenho como técnicos os Senseis Marcos Sabino, Ivan Sabino e Marcos Inácio que era meu Sensei no
projeto, e o treinador físico Felipe Pedra. Eles são os responsáveis pelos nossos
treinos. E sou muito grata por todos eles.
C.E. Com apenas 14 anos, você foi morar em São Paulo, para poder estar mais perto da sua nova equipe. Como está sendo a experiência de ficar longe da sua família?
Gyovanna: Apesar de muitas
dificuldades de ficar longe da família, conforto, alimentação, aprender andar
de ônibus, metrô, Uber, tudo que estava muito fora da minha realidade. Dormi no
tatame para fazer o teste foi algo que eu vivi. Lá no Projeto eu levantava
muito cedo e ia para escola localizada na Avenida Paulista, outra experiência
incrível. Chegava almoçava e já ia limpar tatame, treinava das 14:00hs às 16:30 hs,
jantava às 17:00 e voltava aos treinos das 19:00 às 21:30 hs, vivia e respirava
o Judô. DaÍ veio à pandemia e a venda do Ginásio, fiquei na minha casa, mesmo
com toda dificuldade eu não fiquei um dia se quer sem treinar de 4 à 5 horas
por dia. A equipe do AD São Caetano não nos deixou na mão, treinava online todos
os dias duas vezes por dia. Além de ter a parceria com que sempre esteve junto
comigo a Level Fitness, eu fazia a parte de musculação lá, além dos meus treinos
que eu fazia na laje de casa com uma faixa e um poste.
Foram tempos bem difíceis, porém, muito gratificante que sempre ficarão em minha memória, amizades que levo
para o resto da minha vida.
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Gyovanna e atletas do São Caetano |
C.E. No domingo
(20/06), você se apresentou para a Seleção brasileira de Judô, em
Pindamonhangaba, para um período de treinos. Como foi o momento quando
você recebeu o convite para integrar a seleção de base?
Gyovanna: Este era mais um
dos meus objetivos, o treinamento de campo em Pindamonhangaba. Isto só pode
acontecer por causa do ranking que eu conquistei na seletiva em Canoas RS em
2019, que devido à pandemia não pode acontecer em 2020. Para este treinamento a
primeira colocada é convocada e até a décima colocação são convidadas. Quem me comunicou
foi meu Sensei Marcos Sabino foi tudo muito rápido, para conseguir as
documentações uma correria devido aos meus pais estarem em Cerquilho e eu em São
Caetano, mas deu certo.
Estar lá 10 dias com a equipe
de base do Brasil, realmente foi algo de mais grandioso que já vivi, muitos
ensinamentos muitas coisas novas, peguei em muitos kimonos que só agregaram
para eu conseguir realizar o sonho. Saber que lá estavam as melhores do nosso País na categoria Sub-18 que é minha atual categoria e a Sub-21 minha próxima
categoria em 2023.
Sou muito grata aos técnicos
da seleção de base por todo ensinamento e suporte que nos deram, que seja o
primeiro de muitos treinamentos que eu pretendo realizar.
E que meu próximo objetivo
está logo ali, Paris 2024, onde eu pretendo estar como equipe de apoio da
seleção, e em 2028 - Los Angeles eu possa estar com meu tão sonhado BRA nas costas
representando meu País, minha nação e todos que estiveram comigo por todo este
tempo que não desistiram de mim.
Uma frase que eu deixo para
todos que querem algo como eu. Saia da sua zona de conforto,
pois só conseguimos algo se você sair dela. Vá atrás e conquiste, nunca desista.
Pois sua hora vai chegar.
Parabéns e boa sorte, Gyovanna!
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Atletas convocados pela Seleção brasileira de base |
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